EM CRISE, LOJAS DE
ROUPAS E SAPATOS APOSTAVAM EM UM SÃO JOÃO MELHOR PARA ACELERAR AS VENDAS
Por Everaldo Paixão
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esquisa encomendada
pelo Grupo Líderes Empresariais – LIDE ao Ibope Inteligência, o índice de confiança e otimismo voltaram a
crescer com a mudança de governo federal. Sobretudo com a nova equipe econômica
escolhida pelo presidente interino Michel Temer.
Em março, 98% dos
empresários apontaram que a política é o tema mais preocupante para o panorama
econômico 2016. Em junho caiu para 86%. Empresários afirmam, que a situação no
mês junino, melhorou (24%), que pretendem contratar (18%) e que preveem que a
receita aumentará este ano.
Cenário humildemente
otimista em Pernambuco e com previsão de melhoras, mas que neste semestre em um
balanço geral ainda não trará mudanças significativas para o comércio local,
que ainda sofre tanto com os efeitos da crise, quanto com a administração
municipal que não vem dando sua contrapartida para aquecer as vendas, o que
estava previsto para o mês de junho com os festejos juninos que é tradição no
Município e, principalmente nesse período, só comparado ao natal, que também
são realizadas muitas contratações temporárias.
Outra injeção de
ânimo tão esperado para movimentar a economia local tanto para os que vendem
roupas, sapatos, os barraqueiros, e outros pequenos comerciantes, seria a
divulgação do tão esperado São João deste ano. O anúncio da programação saiu
atrasado, agora no dia 15 de junho, e as atrações veiculadas na imprensa pode
não render um bom público, isto é, não atrair pessoas de outras localidades, de
outros municípios, e isso não é salutar para alavancar uma economia que precisa
de ingredientes suficientes para dar demonstração de que seguindo os dados
mesmo que irrisório do Estado, o comércio local começaria a dar os primeiros
sinais de esperança.
O comércio local
também tem sido vítima dos constantes atrasos nos pagamentos dos servidores
(ativos e inativos), dos fornecedores, que dependem dos repasses mensais da
prefeitura para garantir um equilíbrio entre as dívidas e as receitas, o que
garantiria também dinheiro a mais circulando para ser injetado na economia do
Município.
Uma coisa depende da
outra e tudo sempre se movimenta através de uma mola propulsora que é ligado ao
movimento financeiro e capitalista.
A crise econômica,
que já se revela com a mais severa da história brasileira, não tem poupado
ninguém e se materializa de forma clara e dramática quando atinge
principalmente os pequenos comerciantes que não consegue manter um capital de
giro para desenvolver outras atividades. As vendas do varejo além de acumular
retração, sofre com a inadimplência que também cresceu na mesma proporção que a
crise.
Ouvimos quatros
pessoas de áreas e atividades diferentes, e todas foram unânimes em afirmar que
2016 está superando 2015 como negativo para quem é comerciante, que não
consegue ainda vislumbrar uma porta de saída para uma crise que além de ter
causados demissões, mais de 11 milhões de desempregados pelo país, mais
desigualdade social, não mostra um cenário ainda positivo para a economia.
Uma das donas de
salão que prefere ficar em reserva, disse que o mês de junho sempre cria
expectativas com o São João de Araripina e, que, a estimativa é de produzir com
um lucro em torno de mais de R$ 10 mil. Esse ano se atingir a metade, será
milagre. Outra comerciante de roupas lembra que em 2015 mesmo com as previsões
nada alvissareiras, conseguiu atingir a meta nas vendas, mas este ano será
humanamente impossível. A crise pode afetar ainda mais quem vai instalar sua
barraca no São João de Araripina e competir com os donos de pontos móveis. Para
alguns este ano principalmente, a concorrência se torna desleal pelo valor que
são cobrados pelas instalações que são oferecidas pela Prefeitura.
As conversas com os
comerciantes do Município são sempre entoadas pela crise, pelo aumento dos
preços que precisam passar para o consumidor, o que para eles diminuem a
frequência do mesmo nas compras, pela inadimplência, e também pela falta de
incentivos que pode trazer para economia local sinais de recuperação.
Como Araripina tem atraído investimentos privados, ainda é preciso que o poder público faça o dever de casa para ajudar a levantar e a erguer a economia local.
Matéria noticiada em O Grande Jornal do mês de junho
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